/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/5/m/QJucYHQaAs735BjeHukw/venezuela-03.jpg)
O deputado
opositor Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento venezuelano, pediu no
sábado (4) proteção à embaixada do Chile em Caracas, depois que o Tribunal
Supremo de Justiça (TSJ) anunciou que ele seria processado por delitos que
poderiam resultar em penas de até 10 anos de prisão.
Guevara entrou
na residência do embaixador do Chile "ante o que estima iminentes ameaças
a sua segurança e integridade pessoal, (pelo que) solicitou a proteção do
Chile", informou o ministério chileno das Relações Exteriores em um
comunicado.
O TSJ anunciou
na sexta-feira a suspensão da imunidade parlamentar do deputado Guevara para
seu julgamento pelas acusações de "associação, instigação pública contínua
e uso de adolescente para delinquir".
A oposição
venezuelana, com maioria no Parlamento, acusa o TSJ atuar a serviço do governo
do presidente Nicolás Maduro.
Ao mesmo tempo,
a Assembleia Constituinte governista, que administra o país com poderes
absolutos, investiga Guevara pelas manifestações de protesto contra Maduro que
deixaram 125 mortos entre abril e julho.
Guevara, 31
anos, é uma das figuras mais importantes do partido Vontade Popular, liderado
por Leopoldo López, atualmente sob prisão domiciliar.
Em um
comunicado divulgado na sexta-feira após tomar conhecimento do processo contra
ele, Guevara advertiu que acionaria "todos os alarmes internacionais"
para denunciar "este fato que viola a Constituição".
O Grupo de Lima
- integrado por 12 países da América que rejeitam a ruptura da ordem
democrática na Venezuela - chamou o processo de "novo atentado contra o
Estado de Direito e a divisão de poderes na Venezuela".
Guevara foi um
dos nomes mais conhecidos nas manifestações que exigiam a saída de Maduro, que
ele chama de "ditador". Durante os protestos, o opositor convocou
passeatas e o bloqueio de ruas.
Freddy Guevara
foi recebido na "qualidade de hóspede" na residência do embaixador e
se tornou o sexto venezuelano a buscar refúgio na sede diplomática chilena em
Caracas em quase três meses.
"Conforme sua tradição humanitária, aos princípios que inspiram
nossa política externa e em coerência com as decisões adotadas em situações
similares, o governo do Chile concedeu a qualidade de hóspede em nossa
embaixada", afirma um comunicado ministerial.
Quatro juízes
opositores ao governo de Maduro, que haviam sido nomeados pelo Parlamento,
entraram em agosto na representação diplomática do Chile em busca de proteção.
Após várias
semanas na residência, os juízes, três mulheres e um homem, decidiram fugir da
Venezuela e entrar na Colômbia, onde confirmaram que buscariam asilo no Chile.
Eles afirmaram
que se cansaram de esperar o salvo-conduto do governo de Maduro para deixar a
Venezuela.
No dia 19 de
outubro chegaram a Santiago e receberam a documentação necessária para residir
no país e auxílio para a situação econômica, depois que suas contas foram
bloqueadas na Venezuela.
O dirigente
opositor Roberto Enríquez, presidente do partido social-cristão Copei, foi o
primeiro venezuelano a solicitar proteção na embaixada chilena em abril e ainda
permanece no local, também na qualidade de hóspede.
Comentários
Postar um comentário