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Um grupo armado líbio que atua como a Polícia em Trípoli
anunciou neste sábado (4) que fechou as portas da Comic-Con e deteve seus
organizadores, ao considerar que o festival de cultura pop atentava contra
"os costumes e o pudor".
Na sexta-feira (3), centenas de
jovens foram a Trípoli para a abertura da segunda edição da Comic-Con Líbia,
que deveria continuar neste sábado, fantasiados como seus personagens
favoritos.
Segundo um dos participantes, a
Força de Dissuasão entrou no local onde o evento era organizado, deteve os
organizadores e levou os computadores.
Essa força leal ao Governo de
Unidade Nacional (GNA), com sede em Trípoli e apoiado pela comunidade
internacional, é formada fundamentalmente por salafistas e controla, sobretudo,
o leste da capital.
Atua como a Polícia em Trípoli e
persegue tanto traficantes de drogas ou álcool, como pessoas suspeitas de
pertencer ao grupo Estado Islâmico (EI).
Considerado um dos grupos armados
mais disciplinados, ganhou influência desde a instalação do GNA em Trípoli, em
março de 2016, após conseguir conter o crime organizado na capital líbia.
Ao deter os organizadores da
Comic-Con, a Força de Dissuasão considerou que era "necessário abordar
esses fenômenos destrutivos e combatê-los". Detalhou que os organizadores
serão apresentados "à Procuradoria por atentar contra os costumes e o
pudor".
"Esses tipos de festivais
importados do exterior exploram a fraqueza da persuasão religiosa (dos
adolescentes) e seu fascínio pelas culturas estrangeiras", explicou o
grupo armado.
O fenômeno Comic-Con nasceu em 1970
nos Estados Unidos, quando alguns "geeks" começaram a trocar revistas
de histórias em quadrinho de super-heróis. Desde então esse tipo de festival se
propaga em todo o mundo.
Desde a queda do regime de Muammar
Kadhafi, em 2011, as sucessivas autoridades de transição fracassaram em sua
tentativa de estabelecer uma Polícia e um Exército regulares capazes de
restaurar a ordem em um país controlado por centenas de milícias.
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