Dezenas de pessoas são detidas em marcha ultranacionalista na Rússia

Polícia prende manifestante em marcha na Rússia (Foto: REUTERS/Maxim Shemetov)
A Polícia russa realizou neste sábado (4) em Moscou dezenas de detenções durante o tradicional desfile anual dos ultranacionalistas, majoritariamente opostos ao presidente Vladimir Putin.
Esta "Marcha Russa", que reúne todo 4 de novembro pequenos grupos ultranacionalistas e de ultradireita, teve o aval das autoridades, mas a Polícia proibiu que os organizadores usassem cartazes devido às frases julgadas inapropriadas.
Os organizadores responderam cancelando a concentração e os participantes que ainda não haviam cruzado os detectores de metais instalados pela Polícia começaram a ser detidos.
Este ano o desfile reuniu cerca de 300 pessoas, segundo uma jornalista da AFP. A Polícia informou sobre 200 participantes.
Ao menos 30 pessoas foram detidas, de acordo com uma fonte policial citada pela agência TASS. Segundo o site especializado OVD-Info, 25 pessoas foram presas, entre elas um dos organizadores, Konstantin Filin.
Outro líder nacionalista, Ivan Beletski, informou no Facebook que a Polícia inspecionou o seu apartamento neste sábado (4) pela manhã antes da manifestação, quando ele estava ausente.
Organizada a cada ano em ocasião da festa da Unidade Nacional, feriado na Rússia que comemora a expulsão das forças de ocupação polonesas do Kremlin em 1612, a "Marcha Russa" reúne cada vez menos participantes e muitas vezes se vê encoberta por outros acontecimentos organizados no mesmo dia por formações próximas ao poder.
Este ano, os manifestantes gritaram frases contra o governo, como "Putin é um ladrão" e "liberdade para os presos políticos".
Desde o retorno de Putin à Presidência em 2012, as autoridades reforçaram as pressões aos grupos nacionalistas. Muitos de seus militantes estão atualmente na prisão ou no exílio.
O principal opositor a Putin, Alexei Navalny, apoiou alguns pontos de vista dos meios de comunicação nacionalistas e participou de "Marchas Russas", a última vez em 2011, antes de moderar seu discurso político.


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